Quando é necessário realizar um EEG na avaliação da Epilepsia?

Postado em: 07/10/2024

A Epilepsia é uma condição neurológica crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, e o diagnóstico precoce é fundamental para garantir o tratamento adequado. 

Um dos exames mais importantes para a avaliação dessa doença é o eletroencefalograma (EEG). 

Este teste é capaz de detectar anormalidades na atividade elétrica do cérebro, o que pode ajudar a confirmar a presença de epilepsia e a definir o tipo de crise epiléptica.

Continue a leitura para saber mais sobre este exame!

O que é epilepsia?

A epilepsia é uma doença neurológica caracterizada por crises epilépticas, que são episódios de sinais e sintomas neurológicos transitórios devido a atividade elétrica anormal no cérebro.

Essas crises podem ser focais ou generalizadas:

  • As crises focais ocorrem em uma região determinada do cérebro;
  • As crises generalizadas iniciam-se no cérebro inteiro.

A crise focal mais comum é a disperceptiva, onde o paciente fica “fora do ar”, enquanto a crise generalizada mais comum é a tônico-clônica bilateral, caracterizada por perda de consciência e convulsões.

O papel do EEG no diagnóstico da epilepsia

O EEG é um exame essencial na avaliação da “Epilepsia“

Ele registra a atividade elétrica do cérebro e pode identificar padrões anormais, como descargas epileptiformes, que são indicativas de epilepsia. 

Embora o EEG não seja o único critério para o diagnóstico da condição, ele oferece informações valiosas que, em conjunto com a avaliação clínica, ajudam o médico a confirmar o diagnóstico.

Por exemplo, em pacientes que apresentam sintomas compatíveis com crises epilépticas, como convulsões, perda de consciência ou sensações incomuns, o EEG pode ser solicitado para verificar se há atividade epileptiforme no cérebro. 

No entanto, um EEG normal não descarta a epilepsia, pois em alguns casos, as anormalidades podem não ser detectadas durante o curto período de tempo em que o exame é realizado.

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Quando o EEG é indicado?

Existem várias situações em que a realização de um EEG é recomendada. Abaixo estão alguns dos principais motivos para a indicação do exame:

  • Suspeita de epilepsia após uma primeira crise: O EEG é indicado para confirmar o diagnóstico e entender a origem da crise.
  • Identificação do tipo de epilepsia: O EEG pode ajudar a distinguir entre crises focais e generalizadas, o que influencia diretamente na escolha do tratamento.
  • Monitoramento do tratamento: Em pacientes que já foram diagnosticados com epilepsia, o EEG pode ser usado para monitorar a resposta ao tratamento e avaliar se as crises estão sendo controladas adequadamente.
  • Epilepsia de difícil controle: Para pacientes com crises epilépticas refratárias, ou seja, que não respondem bem ao tratamento, o EEG pode ajudar a identificar áreas específicas do cérebro responsáveis pelas crises e auxiliar na indicação de tratamentos alternativos, como a cirurgia.

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EEG de rotina e EEG prolongado

Após o médico decidir que o EEG é necessário, é importante entender que há diferentes tipos de EEG que podem ser realizados. 

O mais comum é o EEG de rotina, que dura entre 20 a 40 minutos. 

Nesse período, são registrados os sinais elétricos do cérebro enquanto o paciente está acordado e, em alguns casos, durante o sono.

Em situações mais complexas, como em pacientes com crises de difícil controle ou em casos em que o EEG de rotina não foi conclusivo, o neurologista pode optar por um EEG prolongado ou de vídeo-EEG, que permite uma observação contínua por várias horas ou até dias, dependendo da necessidade.

Esse tipo de EEG é particularmente útil para correlacionar as alterações elétricas com os sintomas que o paciente apresenta, permitindo uma análise mais detalhada da atividade cerebral durante as crises.

O EEG é uma ferramenta fundamental na avaliação da epilepsia, fornecendo dados valiosos para o diagnóstico e acompanhamento da condição. 

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Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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