O que é o protocolo AVC?

Postado em: 16/04/2025

O Protocolo AVC é um conjunto de diretrizes médicas que orientam o atendimento emergencial de pacientes com suspeita de acidente vascular cerebral (AVC). Seu objetivo é garantir um diagnóstico rápido e tratamento eficaz, reduzindo o risco de sequelas e aumentando as chances de recuperação.

Diante de um AVC, cada segundo conta. No hospital, a equipe médica, composta por um neurologista e outros profissionais da saúde, age imediatamente para identificar o tipo de evento cerebral e iniciar a melhor abordagem.

Exames de imagem, como a tomografia computadorizada (TC), são fundamentais para diferenciar um AVC isquêmico de um hemorrágico e descartar outras possíveis origens dos sintomas, como tumores ou reações a medicamentos.

Neste artigo, vou explicar como funciona o protocolo AVC e por que a agilidade no atendimento é essencial para a recuperação. Continue a leitura e saiba mais!

O que é o protocolo AVC

O que é AVC?

O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido também como derrame, ocorre quando um vaso sanguíneo que leva oxigênio e nutrientes ao cérebro se rompe ou é bloqueado, interrompendo a circulação na região afetada. A falta de irrigação pode comprometer funções cruciais do organismo, resultando em sequelas temporárias ou permanentes.

Embora mais frequente em homens, o AVC está entre as principais causas de morte, incapacidade e internações no mundo. O tempo é determinante: quanto mais rápido o diagnóstico e início do tratamento, maiores as chances de recuperação sem sequelas. Reconhecer os sinais de alerta e buscar atendimento imediato pode salvar vidas.

Como funciona o protocolo AVC?

O protocolo AVC estabelece um fluxo estruturado de atendimento, desde o primeiro contato com o paciente até a definição da abordagem terapêutica mais adequada. As etapas incluem:

1. Reconhecimento dos sintomas e acionamento da emergência

Diante de uma suspeita de AVC, é fundamental buscar atendimento médico imediato. Os principais sinais são:

  • Fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente em um dos lados do corpo;
  • Confusão mental repentina;
  • Dificuldade na fala ou compreensão do que é dito;
  • Alteração na visão, em um ou ambos os olhos;
  • Problemas de equilíbrio, coordenação ou tontura, dificultando a locomoção;
  • Dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente.

Profissionais de saúde utilizam a escala FAST (Face, Arms, Speech, Time) para avaliar rapidamente os sintomas e confirmar a suspeita. Esse método permite identificar precocemente o AVC e reduzir o tempo até o início do tratamento.

2. Atendimento pré-hospitalar e transporte rápido

As equipes de emergência, como o SAMU (192), seguem protocolos específicos para assegurar o transporte seguro e ágil do paciente a um hospital com suporte neurológico e acesso a exames de imagem.

Durante o deslocamento, a equipe monitora os sinais vitais e inicia medidas de estabilização, garantindo que o paciente receba atendimento especializado o mais rápido possível. Essa fase é primordial para otimizar a intervenção médica e reduzir o risco de sequelas.

3. Avaliação inicial e exames de imagem

Ao chegar ao hospital, realizamos uma avaliação clínica detalhada, que inclui a medição da pressão arterial e um exame neurológico completo para identificar déficits motores, sensoriais e cognitivos.

Solicito uma tomografia computadorizada (TC) para diferenciar os tipos de AVC:

  • AVC isquêmico: desencadeado pelo bloqueio de um vaso sanguíneo;
  • AVC hemorrágico: decorrente de um sangramento no cérebro.

Essa distinção é essencial para determinar a melhor abordagem terapêutica e iniciar o tratamento apropriado o mais rápido possível.

4. Decisão terapêutica com base no tipo de AVC

AVC Isquêmico: o objetivo é restabelecer rapidamente o fluxo sanguíneo ao cérebro. As opções de tratamento incluem:

  • Trombólise intravenosa: administração do ativador de plasminogênio tecidual (tPA), medicamento que dissolve o coágulo. Deve ser aplicado até 4,5 horas após o início dos sintomas. Quanto mais cedo for administrado, maiores as chances de recuperação;
  • Trombectomia mecânica: em casos específicos, pode ser realizada a remoção do coágulo por cateterismo, restabelecendo o fluxo sanguíneo no cérebro.

AVC Hemorrágico: o foco é conter o sangramento e reduzir a pressão intracraniana. O tratamento pode incluir:

  • Reversão de anticoagulantes: caso o paciente utilize medicamentos que afinam o sangue;
  • Controle rigoroso da pressão arterial: para evitar a progressão do sangramento;
  • Cirurgia neurológica: para remover o sangue acumulado ou reparar vasos rompidos.

A escolha do tratamento depende da gravidade do quadro e das condições clínicas do paciente. 

5. Monitoramento intensivo e reabilitação

Após a fase crítica, realizo um monitoramento intensivo do paciente por 24 a 48 horas, avaliando sua evolução clínica e possíveis complicações. Esse acompanhamento contínuo é essencial para garantir a estabilidade e ajustar o tratamento conforme necessário.

Quando o quadro se estabiliza, iniciamos a reabilitação neurológica, um processo para recuperar funções comprometidas e promover a independência. O plano terapêutico pode envolver:


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