Métodos contraceptivos e Epilepsia

Postado em: 09/09/2024

A escolha de um método contraceptivo adequado pode ser um desafio para mulheres com Epilepsia, devido às interações potenciais com os medicamentos antiepilépticos. 

Este artigo discute as opções de contracepção para mulheres com essa condição, enfocando a eficácia, segurança e considerações especiais necessárias para garantir tanto o controle efetivo da natalidade quanto a gestão da epilepsia. Continue sua leitura para saber mais!

Interferência dos medicamentos antiepilépticos em contraceptivos

Muitos dos medicamentos usados para controlar a “Epilepsia” podem diminuir ou cortar a eficácia dos contraceptivos, especialmente os métodos orais e hormonais. 

Isso pode ocorrer por diversas razões. Por exemplo, vários medicamentos antiepilépticos aumentam a atividade das enzimas hepáticas que metabolizam os hormônios, reduzindo assim os níveis hormonais no corpo e potencialmente levando a uma falha contraceptiva.

É indispensável que o médico considere o que cada medicação faz e como ela pode se relacionar com outros remédios que a paciente utiliza. 

Aliás, os anticoncepcionais também podem cortar ou reduzir os efeitos das medicações antiepilépticas, de forma que a conscientização é fundamental para que o controle da epilepsia e o controle da natalidade sejam realmente eficazes.

Métodos contraceptivos menos afetados por medicamentos antiepilépticos

Dado o risco de interação com contraceptivos orais e hormonais, muitas mulheres com epilepsia podem receber a recomendação de utilizar métodos que não são afetados por medicamentos. Estes incluem, por exemplo: 

  • Dispositivos Intrauterinos (DIUs): Tanto os DIUs de cobre quanto os hormonais são opções que podem ser avaliadas, pois o primeiro é não hormonal e o segundo libera hormônios localmente, reduzindo as interações sistêmicas.
  • Implantes subdérmicos: Embora contenham hormônios, a liberação é local e pode ter menos interações com medicamentos antiepilépticos.

Atenção: É indispensável conversar com um médico qualificado e consciente sobre esse assunto para verificar se esses ou outros métodos realmente são eficazes de acordo com as medicações que você utiliza e outras particularidades do seu caso.

Considerações sobre saúde reprodutiva e epilepsia

Mulheres com epilepsia devem considerar também como sua condição e o tratamento podem afetar a saúde reprodutiva. A epilepsia e os medicamentos antiepilépticos podem influenciar a fertilidade e o curso de uma gravidez. 

Portanto, é crucial trabalhar de perto com um neurologista e um ginecologista para planejar a gravidez e gerenciar a condição de maneira eficaz:

  • Planejamento da gravidez: Discussões pré-concepção são essenciais para ajustar medicamentos e garantir níveis adequados de ácido fólico, reduzindo o risco de problemas congênitos.
  • Monitoramento durante a gravidez: Deve-se monitorar os níveis de medicamentos, pois as mudanças no corpo durante a gestação podem afetar a farmacocinética dos antiepilépticos.

Educação e apoio para mulheres com epilepsia

Conscientizar mulheres com epilepsia sobre como suas escolhas contraceptivas podem afetar sua condição é fundamental. 

Programas de apoio e recursos educativos podem ajudar essas mulheres a fazer escolhas informadas sobre controle da natalidade e gestão da epilepsia.

A disponibilização de informações claras sobre as opções de contracepção e suas interações com medicamentos antiepilépticos também deveria ser uma obrigatoriedade tanto dos neurologistas quanto dos ginecologistas ou clínicos gerais que atendam essas pacientes.

Muitos profissionais, infelizmente, ainda são negligentes sobre este assunto e acabam não passando as informações necessárias para as mulheres. Este é um assunto muito sério, que devemos discutir e compartilhar, para que cada vez mais pacientes estejam bem informadas.

Em resumo, a escolha de um método contraceptivo para mulheres com epilepsia requer consideração cuidadosa das interações medicamentosas, eficácia do método e impacto na condição de saúde. Consultas com profissionais conscientes fazem toda a diferença.

Podemos conversar com mais detalhes sobre o assunto durante uma consulta! Marque seu horário para encontrarmos as alternativas mais eficazes para sua saúde neurológica e reprodutiva.

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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