Epilepsia e Alimentação: O Papel da Nutrição no Manejo da Condição

Postado em: 04/03/2025

A Epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por crises recorrentes devido a descargas elétricas anormais no cérebro. 

Embora o tratamento principal seja feito com medicamentos antiepilépticos, a alimentação também pode desempenhar um papel importante no controle das crises e na melhora da qualidade de vida dos pacientes.

Alimentação equilibrada, nutrientes específicos e abordagens nutricionais especializadas podem ajudar a reduzir a frequência das crises e contribuir para a saúde geral do paciente. 

Neste artigo, vou explicar como a nutrição influencia a epilepsia e sugerir estratégias podem ser adotadas para auxiliar no manejo da condição. Convido você a continuar a leitura para conferir!

Como a alimentação influencia a epilepsia

A relação entre alimentação e epilepsia vem sendo estudada há décadas. 

A nutrição pode impactar a função cerebral e a excitabilidade neuronal, influenciando diretamente a ocorrência das crises. 

Alguns nutrientes podem ajudar a estabilizar a atividade elétrica do cérebro, enquanto outros podem ser prejudiciais ao controle da “Epilepsia.

O impacto da alimentação na epilepsia ocorre de diferentes formas:

  • Fornecimento de energia adequada para o cérebro, ajudando na função neurológica.
  • Regulação dos neurotransmissores, que controlam a comunicação entre os neurônios.
  • Redução da inflamação, que pode estar associada a crises mais frequentes.
  • Equilíbrio dos níveis de glicose no sangue, prevenindo oscilações que podem desencadear crises.

A escolha dos alimentos pode influenciar diretamente esses fatores, tornando a nutrição uma aliada essencial no tratamento.

Alimentos que podem ajudar no controle das crises de epilepsia 

Certos alimentos possuem propriedades que ajudam a manter a estabilidade neurológica e podem ser benéficos para quem tem epilepsia

Algumas das melhores opções incluem:

  • Peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, que têm efeito neuroprotetor.
  • Oleaginosas e sementes, como nozes, castanhas e chia, que fornecem magnésio e antioxidantes.
  • Vegetais de folhas verdes, que contêm ácido fólico e magnésio, essenciais para a saúde cerebral.
  • Ovos e carnes magras, fontes de proteínas que auxiliam na função neurológica.
  • Abacate e azeite de oliva, ricos em gorduras saudáveis que favorecem o funcionamento do sistema nervoso.

Além disso, manter uma hidratação adequada também é essencial para evitar desequilíbrios metabólicos que possam influenciar a ocorrência de crises.

Alimentos que devem ser evitados

Alguns alimentos podem aumentar a excitabilidade neuronal e contribuir para o surgimento das crises epilépticas. 

Entre os principais vilões da alimentação para quem tem epilepsia estão:

  • Açúcares refinados, que podem causar oscilações na glicemia e afetar o funcionamento cerebral.
  • Alimentos ultraprocessados, ricos em conservantes e aditivos que podem desencadear inflamações.
  • Cafeína em excesso, presente em café, chás e energéticos, que pode estimular o sistema nervoso.
  • Álcool, que interfere na ação dos medicamentos antiepilépticos e aumenta o risco de crises.
  • Glutamato monossódico, aditivo comum em alimentos industrializados que pode excitar os neurônios.

Manter uma alimentação equilibrada e evitar esses alimentos contribui para uma melhor resposta ao tratamento da epilepsia.

O papel da dieta cetogênica no tratamento da epilepsia

A dieta cetogênica é uma abordagem alimentar que se destaca no tratamento da epilepsia. 

Esse plano alimentar é baseado em uma ingestão elevada de gorduras e redução drástica de carboidratos, promovendo a produção de corpos cetônicos, que servem como fonte alternativa de energia para o cérebro.

Os principais benefícios da dieta cetogênica para pacientes com epilepsia incluem:

  • Redução da frequência e intensidade das crises.
  • Melhora na função cognitiva e no humor.
  • Diminuição da necessidade de altas doses de medicamentos.

Atenção: 

Embora eficaz, essa dieta deve ser feita sob orientação médica e nutricional, pois exige um acompanhamento rigoroso para evitar deficiências nutricionais.

A alimentação, quando bem planejada, pode ser um grande aliado no tratamento da epilepsia.

Durante uma consulta, posso orientar melhor sobre recomendações específicas para o seu caso. Convido você a marcar um horário para conversarmos!

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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