Epilepsia do Lobo Temporal, saiba o que é e como identificar

Postado em: 04/11/2024

A Epilepsia do Lobo Temporal (ELT) é uma das formas mais comuns de epilepsia focal, caracterizando-se por crises originadas no lobo temporal do cérebro, uma região associada à memória, ao comportamento e às emoções. 

Identificar a ELT pode ser desafiador, pois os sintomas variam de pessoa para pessoa e muitas vezes são sutis. 

Este artigo traz informações essenciais para compreender essa condição, identificar os sinais e buscar o tratamento adequado.

Convido você a continuar a leitura para saber mais!

O que é a epilepsia do lobo temporal?

A “Epilepsia do Lobo Temporal“ é caracterizada por crises que se originam no lobo temporal, uma região do cérebro localizada próximo às orelhas, que desempenha um papel fundamental na formação de memórias e no processamento emocional. 

Essa forma de epilepsia é considerada focal, ou seja, as crises começam em uma área específica do cérebro e podem se espalhar, causando sintomas variados.

Entre as causas da ELT estão lesões cerebrais, como traumas e infecções, além de condições neurológicas como esclerose hipocampal. 

Esse tipo de epilepsia pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum em adultos. 

As crises associadas à ELT costumam ser recorrentes, afetando a qualidade de vida do paciente se não forem devidamente tratadas.

Quais são os sintomas da epilepsia do lobo temporal?

Identificar os sintomas da ELT é crucial para um diagnóstico precoce. 

Como as crises têm início no lobo temporal, os sintomas estão frequentemente relacionados a alterações na memória, nas emoções e na percepção do ambiente. Os sintomas podem incluir:

  • Déjà vu ou jamais vu: uma sensação estranha de já ter vivido aquele momento antes (déjà vu) ou de estar em um lugar familiar que parece desconhecido (jamais vu).
  • Alterações de humor: crises de ansiedade, medo ou tristeza sem motivo aparente, que surgem de forma repentina e desaparecem rapidamente.
  • Sensações físicas: como palpitações, náuseas e calor súbito, muitas vezes descritos como “sensações epigástricas”.
  • Confusão e desorientação: durante e após a crise, é comum que o paciente se sinta confuso ou tenha dificuldade em recordar o que aconteceu.
  • Comportamentos automáticos: movimentos repetitivos e involuntários, como mexer as mãos, mastigar ou murmurar, que ocorrem sem que a pessoa perceba.

Esses sintomas podem variar em intensidade e duração, mas geralmente duram entre 30 segundos e 2 minutos. 

Em alguns casos, a crise pode evoluir para uma convulsão generalizada, especialmente se o foco epiléptico se espalhar para outras áreas do cérebro.

Como é feito o diagnóstico da epilepsia do lobo temporal?

Após identificar os sintomas, o próximo passo é buscar uma avaliação médica. 

O diagnóstico da ELT envolve diversos exames para confirmar a presença de atividade epiléptica e localizar a origem das crises. 

Entre os exames mais comuns estão:

  • Eletroencefalograma (EEG): capta a atividade elétrica do cérebro e ajuda a identificar onde as crises se originam.
  • Ressonância magnética (RM): permite visualizar detalhadamente o cérebro, detectando anomalias estruturais, como lesões ou cicatrizes que podem estar associadas à ELT.
  • Monitoramento por vídeo-EEG: utilizado para observar crises em tempo real, é especialmente útil em casos onde o diagnóstico é complexo.

Os testes neurológicos e exames de imagem são fundamentais para determinar o tipo de epilepsia e planejar um tratamento eficaz.

Como funciona o tratamento para epilepsia do lobo temporal?

O tratamento da ELT é feito de forma personalizada, dependendo da gravidade e frequência das crises, bem como das respostas individuais aos medicamentos. 

Os principais tratamentos incluem:

  • Medicamentos antiepilépticos (MAEs): reduzem a frequência e intensidade das crises. Existem várias classes de MAEs, e o neurologista pode ajustar a dosagem de acordo com a resposta do paciente.
  • Cirurgia: em casos refratários, onde os medicamentos não são eficazes, pode ser indicada uma cirurgia para remover a área focal das crises no lobo temporal.
  • Estimulação do nervo vago: consiste em um dispositivo implantado no corpo que estimula o nervo vago, ajudando a reduzir as crises em casos de epilepsia resistente a medicamentos.
  • Modificações de estilo de vida: incluir medidas como dieta cetogênica, prática regular de exercícios e evitar fatores desencadeantes (como estresse e privação de sono) para controlar melhor as crises.

Convivendo com a epilepsia do lobo temporal

A convivência com a ELT exige cuidados específicos, pois as crises podem afetar a rotina e a segurança do paciente. 

Algumas recomendações para um manejo seguro incluem:

  • Evitar atividades perigosas sem supervisão, como nadar sozinho ou dirigir.
  • Criar uma rede de apoio, informando as pessoas sobre a condição para que saibam como agir durante uma crise.
  • Registrar as crises: manter um diário das crises pode ajudar o médico a entender melhor o padrão da epilepsia e ajustar o tratamento.

Quem sou eu e como posso ajudar?

Sou a Dra. Camila Hobi Moreira: uma neurologista que atua em São Paulo.

Me formei pela Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP) em 2007 e completei minha residência no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP). 

Segui minha paixão pela neurologia especializando-me em epilepsia e eletroencefalograma

Desde então, sou membro titular da Academia Brasileira de Neurologia e tenho atuado como neurologista no Hospital do Servidor Público Estadual, além de contribuir para o Grupo de Epilepsia da Divisão de Clínica Neurológica do HC-FMUSP.

Adquiri uma experiência vasta e diversificada a partir do tratamento de pacientes com epilepsia e também daqueles que enfrentam desafios neurológicos como AVC e enxaqueca. 

Busco sempre oferecer cuidados especializados e individualizados, respeitando e escutando as individualidades de cada pessoa. 

Estou à disposição para ajudar você a encontrar a melhor forma possível de tratamento e cuidado, levando em conta suas vontades, preferências e desafios particulares.

A epilepsia do lobo temporal, embora complexa, pode ser gerida com o suporte adequado.

Convido você a visitar meu site para mais informações sobre o tratamento da epilepsia. Também podemos agendar uma consulta: basta entrar em contato pelo WhatsApp!

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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