Eletroencefalograma: O que esperar do exame?
Postado em: 21/10/2024
O Eletroencefalograma (EEG) é um exame amplamente utilizado na neurologia para monitorar a atividade elétrica do cérebro.
Embora o nome possa parecer intimidador, o EEG é um procedimento simples, seguro e indolor, que oferece informações valiosas sobre o funcionamento cerebral.
Ele é fundamental para o diagnóstico de várias condições neurológicas, como epilepsia, distúrbios do sono, encefalopatias e até demências.
Se o seu médico recomendou a realização de um EEG, é normal que você tenha dúvidas sobre o exame e o que esperar.
Neste artigo, vamos esclarecer como o eletroencefalograma funciona, quais são as suas finalidades e como se preparar para o procedimento. Continue a leitura para conferir!
O que é o eletroencefalograma?
O “Eletroencefalograma“ é um exame que registra a atividade elétrica do cérebro por meio de eletrodos colocados no couro cabeludo.
Esses eletrodos captam as ondas cerebrais, que são exibidas como padrões de linhas em um gráfico.
O EEG é capaz de identificar alterações nessas ondas, que podem indicar disfunções no funcionamento cerebral.
Esse exame é particularmente útil no diagnóstico de condições neurológicas que afetam a atividade elétrica do cérebro, como crises epilépticas, já que, durante uma crise, as ondas cerebrais apresentam padrões anormais que podem ser detectados no EEG.
Como o EEG é realizado?
O eletroencefalograma é um exame não invasivo e indolor.
Antes do início do exame, o paciente será orientado a se deitar em uma cadeira reclinável ou maca, em um ambiente calmo e silencioso.
A seguir, o técnico de EEG coloca vários eletrodos no couro cabeludo do paciente.
Esses eletrodos são conectados a um aparelho que grava a atividade elétrica do cérebro.
Embora seja comum imaginar que o exame possa causar desconforto, os eletrodos não emitem eletricidade e, portanto, o paciente não sente dor.
A única preparação necessária no momento é a limpeza do couro cabeludo, que pode ser feita com um gel condutor para garantir um bom contato entre a pele e os eletrodos.
O exame dura, em média, entre 20 a 40 minutos, mas pode se estender, dependendo do objetivo e da complexidade do caso.
Durante esse período, o paciente é orientado a ficar relaxado, podendo até dormir em alguns casos.
O técnico também pode solicitar que o paciente faça algumas atividades simples, como respirar profundamente ou olhar para luzes piscantes, que podem ajudar a provocar uma resposta cerebral específica para análise.
Quais são as indicações do eletroencefalograma?
O EEG é indicado em diversas situações neurológicas. Abaixo, listamos as principais condições para as quais o exame é recomendado:
- Epilepsia: O EEG é fundamental no diagnóstico da epilepsia, pois permite detectar as descargas elétricas anormais no cérebro que ocorrem durante as crises.
- Distúrbios do sono: Em casos de insônia, apneia do sono ou outros distúrbios, o EEG pode ajudar a monitorar a atividade cerebral enquanto o paciente dorme.
- Traumatismo craniano: Após um trauma, o exame pode ser utilizado para avaliar se houve alterações na atividade cerebral.
- Encefalopatias: O EEG também é utilizado para identificar possíveis alterações cerebrais causadas por infecções, toxinas ou distúrbios metabólicos.
- Doenças degenerativas: Em pacientes com suspeita de Alzheimer ou outras demências, o EEG pode ajudar no diagnóstico diferencial e no acompanhamento da progressão da doença.
O que pode ser encontrado no EEG?
Os resultados do eletroencefalograma são analisados por um neurologista especializado, que avalia os padrões de ondas cerebrais registrados durante o exame.
Ondas cerebrais normais geralmente seguem um padrão previsível, enquanto anomalias, como picos ou descargas elétricas, podem indicar problemas neurológicos.
É importante lembrar que, em alguns casos, o EEG pode não detectar anormalidades, mesmo que o paciente tenha epilepsia ou outra condição neurológica.
Isso ocorre porque o exame capta a atividade cerebral apenas durante o período em que é realizado.
Por isso, em situações mais complexas, pode ser necessário um vídeo-EEG prolongado, que monitora a atividade cerebral por um período maior.
Como se preparar para o exame?
Embora o eletroencefalograma seja um procedimento simples, algumas precauções podem ser tomadas para garantir que o exame seja realizado de maneira eficaz. Abaixo estão algumas orientações:
- Lave o cabelo na véspera do exame, mas evite o uso de condicionadores, cremes ou óleos capilares, para garantir uma boa aderência dos eletrodos.
- Evite cafeína nas horas que antecedem o exame, pois ela pode alterar a atividade cerebral.
- Durma normalmente na noite anterior ao exame, a menos que o seu médico tenha solicitado privação de sono, o que pode ser útil para detectar determinadas anormalidades cerebrais.
O eletroencefalograma é um exame essencial na avaliação neurológica, proporcionando dados importantes para o diagnóstico e acompanhamento de diversas condições que afetam o cérebro.
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Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913
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