Como cuidar de alguém com epilepsia: dicas e orientações

Postado em: 10/04/2025

Conviver com alguém que tem Epilepsia pode ser desafiador no início, especialmente para familiares, amigos ou parceiros. Saber como oferecer suporte é essencial, pois as convulsões podem ocorrer de forma inesperada. Com informação e preparo, é possível lidar melhor com essa condição e garantir mais segurança e qualidade de vida.

O cuidado vai além da assistência durante uma crise. Ele contribui para o bem-estar físico e emocional, ajudando a pessoa a enfrentar os desafios diários com mais confiança. Manter um diálogo aberto, compreender suas necessidades e buscar conhecimento são atitudes fundamentais para oferecer um ambiente acolhedor e seguro.

Como Cuidar de Alguém com Epilepsia_ Dicas e Orientações

A seguir, compartilho orientações importantes sobre como agir antes, durante e depois de uma convulsão, além de dicas para tornar a rotina mais tranquila.

1. Saiba o que esperar

A epilepsia se manifesta de diferentes formas, e compreender essas variações é crucial para oferecer um suporte adequado.

Existem dois tipos principais de crises: as generalizadas, que envolvem ambos os lados do cérebro, e as focais, que afetam apenas uma região. Algumas são sutis e difíceis de perceber, enquanto outras podem ser mais intensas, com manifestações físicas que duram minutos.

Para cuidar melhor de alguém com epilepsia, é imprescindível conhecer como a condição se manifesta na pessoa sob seus cuidados. Buscar informações confiáveis, conversar com médicos e participar de grupos de apoio ajudam a se sentir mais preparado e confiante no papel de cuidador. O site do NHS fornece muitas informações úteis sobre epilepsia!

2. Priorize a comunicação

O diálogo claro e frequente faz toda a diferença no manejo da epilepsia. Isso envolve tanto a troca de informações com médicos e profissionais de saúde quanto a escuta atenta à pessoa com epilepsia. Comunique-se com o médico para entender os tipos de crises que ocorrem e relate detalhes importantes que você observa durante os episódios.

É importante também acompanhar a medicação, garantindo que os horários e as doses sejam seguidos corretamente. Além disso, criar um ambiente de acolhimento, ouvindo dúvidas e preocupações da pessoa diagnosticada, ajuda a reduzir o impacto emocional da condição e a fortalecer o vínculo de confiança.

3. Segurança em primeiro lugar

Criar um ambiente seguro ajuda a reduzir os riscos durante uma crise. Dependendo da gravidade das convulsões, considere medidas como acolchoar quinas de móveis e optar por pisos acarpetados para minimizar o impacto de quedas.

Manter os espaços organizados evita obstáculos e reduz o risco de lesões. Em locais públicos, é importante estar atento a possíveis perigos ao redor.

Além disso, saber quando buscar ajuda médica é vital. Ligue para o serviço de emergência (192) se a pessoa apresentar dificuldades para respirar, se a crise durar mais de cinco minutos, se houver ferimentos ou se o episódio ocorrer na água. Estar preparado para agir nesses momentos pode fazer toda a diferença.

4. Registre informações importantes

Monitorar as crises é essencial, pois a pessoa com epilepsia pode não se lembrar do que aconteceu. Por este motivo, observar padrões ajuda a ajustar o tratamento de forma mais eficaz. Anote possíveis gatilhos, como estresse, privação de sono, jejum, uso irregular da medicação ou alterações hormonais.

Manter um diário de convulsões pode ser extremamente útil. Registre a data, o horário, a duração e os sinais observados antes e depois do episódio. Essas informações auxiliam na adaptação do tratamento e permitem que você se antecipe para futuras crises, tornando o cuidado mais eficiente.

5. Auxilie nas tarefas do dia a dia

A epilepsia pode impactar diferentes áreas da vida do indivíduo, tornando algumas tarefas mais desafiadoras. Algumas pessoas podem enfrentar dificuldades para manter um emprego, realizar atividades domésticas ou até organizar seus compromissos médicos.

O apoio deve ser equilibrado, evitando que a pessoa se sinta dependente ou frustrada. Pequenos gestos, como ajudar a buscar as crianças na escola, fazer compras ou pagar contas, já fazem diferença. Acompanhar o uso correto da medicação e incentivar hábitos saudáveis são atitudes que contribuem para o bem-estar e a qualidade de vida.

O importante é oferecer suporte sem comprometer a autonomia, garantindo que o paciente tenha mais segurança e confiança para lidar com sua rotina.

6. Ofereça incentivo e apoio

A imprevisibilidade das convulsões pode gerar ansiedade, mas o apoio certo ajuda a reduzir esse impacto. Pessoas com epilepsia podem realizar a maioria das atividades diárias, com pequenas adaptações. Incentivar a prática de esportes e a socialização contribui para o bem-estar emocional e físico.

Atividades como caminhada, corrida, pilates e ioga costumam ser seguras, enquanto esportes aquáticos exigem supervisão constante. O mais importante é estimular a autonomia, reforçando a confiança para que a pessoa participe plenamente da vida sem limitações desnecessárias.

Cuidando com conhecimento e empatia 

Tem dúvidas sobre como oferecer o melhor suporte a alguém com epilepsia? Estou aqui para ajudar! Agende uma consulta comigo e receba orientações especializadas e personalizadas, garantindo mais segurança e qualidade de vida para quem você ama.

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM-SP: 128892 | RQE: 34913

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