Como agir diante de uma crise convulsiva e quando procurar um especialista
Postado em: 08/12/2025

Presenciar uma crise convulsiva exige atenção e ação rápida. Com alguns cuidados simples, é possível proteger a pessoa, evitar ferimentos e contribuir para uma recuperação segura.
Embora seja comumente associada à epilepsia, a convulsão pode ocorrer em outras condições clínicas, como febre alta, hipoglicemia, abstinência de álcool ou infecções.
Reconhecer os sinais, prestar os primeiros socorros e saber quando procurar um neurologista em São Paulo são passos fundamentais para oferecer apoio e assegurar o atendimento adequado durante o episódio.
O que é convulsão?
A convulsão ocorre quando há uma descarga elétrica anormal no cérebro, interrompendo temporariamente o funcionamento dos neurônios.
Esse desequilíbrio pode causar perda de consciência, tremores intensos, rigidez muscular e movimentos involuntários de braços e pernas.
É importante destacar que convulsão não é sinônimo de epilepsia. A epilepsia é uma condição crônica caracterizada por crises recorrentes, enquanto uma convulsão isolada pode surgir em situações diferentes, como febre alta, hipoglicemia, traumatismo craniano, infecções ou durante a abstinência de álcool e drogas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial terá pelo menos um episódio convulsivo ao longo da vida — um dado que reforça a importância de reconhecer o problema e saber como agir.
Como identificar uma convulsão
As crises convulsivas generalizadas são, em geral, mais fáceis de identificar. Entre os principais sinais estão:
- Queda repentina ao chão;
- Movimentos bruscos e descontrolados de todo o corpo;
- Olhos virados para cima ou olhar fixo;
- Salivação intensa, às vezes com espuma na boca;
- Respiração irregular;
- Liberação involuntária de urina ou fezes;
- Ausência de resposta a chamados ou estímulos.
Existem também as crises focais (parciais), que podem passar despercebidas por serem mais discretas. Nesses casos, a pessoa pode:
- Ficar com o olhar parado por alguns segundos;
- Fazer movimentos repetitivos com a boca, mãos ou braços;
- Falar frases desconexas;
- Relatar sensações estranhas, como cheiros inexistentes, luzes piscando, formigamento ou forte sensação de déjà vu.
Sempre que possível, quem estiver presente deve anotar o horário de início e término da crise, informação que auxilia na avaliação médica posterior.
O que fazer quando alguém está tendo uma convulsão
Durante uma crise convulsiva, o foco deve ser proteger a pessoa até o fim do episódio, e não tentar interrompê-lo. Na maioria dos casos, a crise dura de 1 a 2 minutos.
Passo a passo dos primeiros socorros:
- Mantenha a calma e afaste curiosos, preservando a privacidade da pessoa;
- Afaste objetos perigosos por perto, como móveis com quinas, vidros e utensílios cortantes;
- Ajude a pessoa deitar no chão, evitando novas quedas;
- Proteja a cabeça com algo macio, como uma bolsa ou casaco;
- Vire o corpo de lado (posição lateral de segurança) para prevenir engasgos com saliva ou vômito;
- Afrouxe roupas apertadas, especialmente no pescoço;
- Observe a respiração e monitore o tempo da crise;
- Após os movimentos cessarem, permaneça ao lado da pessoa até que recupere a consciência — é comum que fique confusa ou sonolenta por alguns minutos.
Essas medidas simples ajudam a evitar quedas, traumas e complicações respiratórias.
O que não se deve fazer durante uma crise convulsiva
Alguns mitos ainda circulam quando o assunto é convulsão — e podem colocar a pessoa em risco. Durante a crise, não se deve:
- Colocar objetos ou dedos na boca: isso não impede que a pessoa “engula a língua” e pode provocar ferimentos graves;
- Segurar ou imobilizar os membros: aumenta o risco de lesões musculares e articulares;
- Oferecer água, alimentos ou medicamentos: a pessoa pode se engasgar;
- Jogar água no rosto ou sacudir: essas ações não encurtam a crise e podem causar acidentes.
Saber o que evitar é tão importante quanto conhecer os primeiros cuidados — e ajuda a desfazer mitos que ainda persistem.

Quando levar para a emergência médica
Nem toda convulsão exige internação, mas é importante buscar atendimento médico imediato ou acionar o SAMU (192) quando:
- A crise dura mais de 5 minutos;
- Há crises sucessivas, sem recuperação da consciência entre elas;
- A pessoa não respira normalmente após a crise;
- É a primeira convulsão e não há diagnóstico conhecido;
- Ocorrem quedas, ferimentos ou traumatismo craniano;
- O episódio acontece em gestantes, crianças pequenas ou dentro da água.
No pronto-socorro, a equipe médica avalia os sinais vitais, estabiliza o quadro e solicita exames de sangue e de imagem para identificar a origem e definir o tratamento adequado.
Quando procurar um neurologista em São Paulo?
Após uma crise convulsiva, é fundamental realizar uma avaliação com um neurologista, que irá investigar as causas e definir o acompanhamento mais adequado.
Durante a consulta, o médico analisa:
- Como foi a crise (duração, sintomas e contexto);
- Histórico médico e familiar;
- Uso de medicamentos, álcool ou outras substâncias;
- Presença de sintomas neurológicos, como alterações de memória, visão, fala ou força.
Os exames mais indicados incluem eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética e testes laboratoriais, que auxiliam na identificação de alterações elétricas do cérebro, lesões estruturais ou distúrbios metabólicos.
Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, cerca de 70% das pessoas com epilepsia conseguem controlar completamente as crises e manter uma vida ativa. Avanços em terapias personalizadas, medicamentos modernos e dispositivos neuromoduladores têm ampliado as possibilidades de tratamento e melhorado a qualidade de vida dos pacientes.
Perguntas frequentes sobre crise convulsiva
1. É possível sentir quando uma convulsão vai acontecer?
Sim. Algumas pessoas percebem sinais prévios, conhecidos como aura epiléptica, que podem incluir cheiros incomuns, sensação de déjà vu, formigamento ou ansiedade repentina. Esses sinais costumam ocorrer em casos de epilepsia.
Quando a convulsão é provocada por fatores como febre alta, hipoglicemia ou traumatismo craniano, geralmente não há aviso prévio.
2. Toda convulsão precisa de tratamento com medicamentos?
Depende da causa. Uma convulsão febril, por exemplo, pode não exigir uso contínuo de remédios. Já em casos de epilepsia, o acompanhamento com neurologista e o uso regular de anticonvulsivantes são necessários para prevenir novas crises.
3. O estresse pode causar convulsão?
O estresse, isoladamente, não costuma provocar convulsões, mas pode atuar como gatilho em pessoas predispostas — especialmente quando há privação de sono, uso incorreto de medicamentos ou consumo de álcool.
Agende uma avaliação com a Dra. Camila Hobi
Passar por uma crise convulsiva pode ser desafiador, mas entender suas causas é essencial para prevenir novos episódios e manter a tranquilidade.
A Dra. Camila Hobi, neurologista, realiza uma avaliação completa para identificar a origem das crises, solicitar exames e definir o tratamento mais adequado. O objetivo é garantir segurança, prevenção e qualidade de vida.
Se você teve uma crise recente ou apresenta sintomas neurológicos, agende sua consulta e cuide da sua saúde cerebral com quem é referência em Neurologia.
