Avaliação cerebral com Eletroencefalograma em pacientes com enxaqueca
Postado em: 28/10/2024
A enxaqueca é uma das condições neurológicas mais comuns, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. Nesse contexto, o Eletroencefalograma (EEG) pode ser uma ferramenta útil.
Embora seja mais comumente utilizado no diagnóstico de epilepsia e outras condições neurológicas, esse exame também pode ser indicado em alguns pacientes com enxaqueca, especialmente quando há sintomas atípicos ou suspeita de condições associadas.
Continue a leitura para saber mais sobre o procedimento!
O que é a enxaqueca?
Caracterizada por dores de cabeça intensas, muitas vezes acompanhadas de náusea, sensibilidade à luz e ao som, a enxaqueca pode ser debilitante.
Em alguns casos, os pacientes apresentam sintomas que vão além da dor, como alterações visuais e sensoriais, o que pode levantar a necessidade de uma investigação neurológica mais profunda.
O papel do EEG na avaliação da enxaqueca
A enxaqueca, por si só, não costuma causar alterações significativas na atividade elétrica do cérebro que justifiquem a realização de um EEG em todos os pacientes.
No entanto, há situações em que o exame pode ser indicado, como quando há dúvidas sobre o diagnóstico ou quando o paciente apresenta sintomas neurológicos incomuns que podem sugerir outras condições, como crises epilépticas ou distúrbios de consciência.
Por exemplo, alguns pacientes com enxaqueca experimentam a chamada enxaqueca com aura, uma condição na qual a dor de cabeça é precedida por distúrbios visuais, como pontos brilhantes, flashes de luz ou perda temporária da visão.
Esses sintomas podem ser confundidos com sinais de uma crise epiléptica, especialmente se houver episódios de confusão mental ou desmaios associados à dor de cabeça.
Nesses casos, o EEG pode ajudar a diferenciar entre enxaqueca com aura e crises epilépticas.
Quando o EEG é indicado em pacientes com enxaqueca?
Embora o “Eletroencefalograma“ não seja rotineiramente solicitado para todos os pacientes com enxaqueca, existem algumas situações específicas nas quais o neurologista pode optar por realizar o exame.
Abaixo estão algumas dessas situações:
- Enxaqueca com sintomas atípicos: Quando o paciente apresenta sinais neurológicos que não são típicos da enxaqueca, como perda de consciência ou convulsões, o EEG pode ajudar a descartar outros diagnósticos.
- Suspeita de epilepsia associada: Algumas pessoas com enxaqueca também podem ter epilepsia, e o EEG é fundamental para detectar a presença de atividade epiléptica no cérebro.
- Mudança repentina no padrão da dor: Se um paciente que sofre de enxaqueca há muito tempo começa a apresentar sintomas diferentes ou muito mais graves do que o habitual, o EEG pode ser útil para avaliar se há alguma alteração neurológica subjacente.
O que esperar de um EEG para enxaqueca?
O EEG é um exame simples, não invasivo e indolor.
Durante o procedimento, eletrodos são colocados no couro cabeludo do paciente para registrar a atividade elétrica cerebral.
A duração do exame varia, mas geralmente leva entre 20 a 40 minutos.
Dependendo do caso, o neurologista pode solicitar um EEG de rotina ou um vídeo-EEG prolongado, que permite monitorar a atividade cerebral por um período maior.
Embora o EEG seja uma ferramenta valiosa, é importante lembrar que nem sempre ele identificará alterações em pacientes com enxaqueca.
Em resumo, o eletroencefalograma pode desempenhar um papel importante na avaliação de pacientes com enxaqueca, especialmente em casos de sintomas atípicos ou suspeita de outras condições neurológicas associadas, como a epilepsia. Embora o exame não seja indicado rotineiramente para todos os pacientes, ele pode ser útil para garantir que o tratamento seja o mais adequado.
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Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913
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