Epilepsia na gestação
Postado em: 23/09/2024
A gestação é um período de grande expectativa e preparação, mas para mulheres com Epilepsia, ela também traz desafios adicionais.
O manejo da epilepsia durante a gravidez deve ser cuidadosamente planejado para garantir a saúde e segurança tanto da mãe quanto do bebê.
Este artigo explora os riscos associados à epilepsia na gestação e oferece orientações sobre como gerenciar a condição de forma eficaz durante este período! Continue a leitura para conferir.
Riscos associados à epilepsia na gravidez
A gravidez em casos de mulheres com “Epilepsia” é considerada uma gestação de alto risco.
Os perigos incluem, por exemplo, o aumento potencial na frequência das crises e riscos associados ao uso de medicamentos antiepilépticos. Estes riscos devem ser gerenciados proativamente para evitar complicações.
Frequência de crises
A gravidez pode alterar a frequência das crises epilépticas devido a mudanças hormonais, físicas e metabólicas.
Teratogenicidade dos medicamentos
Muitos medicamentos antiepilépticos têm potencial teratogênico, podendo causar malformações congênitas no bebê.
Além disso, algumas medicações também podem causar alterações no neurodesenvolvimento do pequeno, favorecendo quadros como o autismo e alterações de comportamento.
O papel do planejamento da gestação
O planejamento pré-gestacional é crucial para mulheres com epilepsia.
Consultas com neurologistas e obstetras devem ser feitas antes da concepção para avaliar a medicação e fazer ajustes necessários, que podem incluir:
- Ajuste de medicamentos: É importante mudar para medicamentos com menor risco de teratogenicidade e ajustar doses para manter o controle das crises sem comprometer a segurança fetal.
- Suplementação de ácido fólico: Muitas vezes recomendado para reduzir o risco de defeitos do tubo neural, o ácido fólico geralmente deve ser iniciado antes da concepção.
O cenário mais indicado é que a mulher engravide após ao menos um ano em que suas crises epilépticas estejam controladas.
É possível conversar sobre isso com seu neurologista e seu obstetra no planejamento gestacional, mas, caso você já tenha engravidado sem esse planejamento, é possível tomar medidas para prevenir complicações e promover a melhor gravidez possível.
A importância do monitoramento durante a gestação
O acompanhamento médico regular é essencial para mulheres com epilepsia durante a gestação.
Isso inclui monitoramento frequente dos níveis de medicamentos e avaliação contínua da saúde fetal:
- Níveis séricos de medicamentos: É importante monitorar os níveis de medicamentos antiepilépticos, pois as mudanças no corpo durante a gravidez podem afetar sua metabolização.
- Consultas frequentes: São essenciais visitas regulares ao neurologista e ao obstetra para monitorar a saúde da mãe e do bebê e ajustar o tratamento conforme necessário.
Parto e epilepsia
O plano de parto para mulheres com epilepsia deve considerar a possibilidade de crises durante o trabalho de parto. Preparativos especiais podem ser necessários para assegurar a segurança.
O parto deve ocorrer em um hospital equipado para lidar com emergências relacionadas à epilepsia.
A equipe médica deve estar informada sobre a condição da mãe e pronta para intervir se necessário.
Amamentação e epilepsia
A amamentação é geralmente permitida para mulheres com epilepsia, mas deve-se considerar a excreção de medicamentos no leite materno. É importante:
- discutir com o médico quais medicamentos são seguros durante a amamentação;
- observar qualquer sinal de sedação ou irritabilidade no bebê, que pode ser indicativo de exposição a medicamentos.
Conscientização e apoio
Conscientizar mulheres com epilepsia sobre como gerenciar sua condição durante a gestação é fundamental.
Além disso, o apoio emocional e prático pode ajudar a navegar neste período com mais segurança e confiança.
Em resumo, o manejo da epilepsia na gestação exige uma abordagem cuidadosa e coordenada, envolvendo profissionais de saúde especializados em neurologia e obstetrícia. Com o planejamento e o cuidado adequados, é possível minimizar os riscos para a mãe e o bebê.
Será um prazer conversar com mais detalhes sobre suas particularidades, dúvidas e expectativas. Convido-a a agendar uma consulta entrando em contato pelo WhatsApp!
Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913
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