Menopausa, Saúde Óssea e Epilepsia. Entenda a relação

Postado em: 02/09/2024

A Epilepsia é uma condição neurológica complexa que exige atenção contínua a diversos aspectos da saúde, especialmente quando interage com outras condições como a menopausa. 

Durante a menopausa, as mulheres enfrentam mudanças significativas que podem afetar tanto a frequência das crises epilépticas quanto a saúde óssea. 

Este artigo foca nas relações entre menopausa, saúde óssea e epilepsia, com ênfase especial nos impactos da medicação antiepiléptica e nas mudanças hormonais características deste período. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!

Impactos da menopausa na epilepsia

A menopausa marca o fim dos anos reprodutivos de uma mulher, acompanhada por uma diminuição nos níveis de hormônios sexuais, como estrogênio e progesterona. 

Esses hormônios têm influência direta na atividade neural; por exemplo, o estrogênio pode aumentar a excitabilidade neuronal, enquanto a progesterona tem efeitos anticonvulsivantes. 

A redução desses hormônios pode, portanto, levar a uma alteração no padrão e na frequência das crises epilépticas em mulheres com epilepsia.

A relação entre epilepsia e saúde óssea

Um dos aspectos menos discutidos, mas significativamente importantes, da gestão da “Epilepsia” é o impacto dos medicamentos antiepilépticos na saúde dos ossos. 

Alguns desses medicamentos podem acelerar a perda óssea, aumentando o risco de osteoporose, especialmente em mulheres na pós-menopausa, que já estão em risco devido à diminuição natural do estrogênio. 

Todos os medicamentos anticonvulsivantes, especialmente os indutores enzimáticos, têm sido associados a um aumento no metabolismo ósseo, levando à redução da densidade mineral dos ossos do corpo. 

Para além disso, as próprias crises epilépticas colocam os ossos em maior risco, pois podem ocorrer lesões durante esses episódios. Assim, é fundamental que pacientes com epilepsia considerem essas relações para uma proteção integrada de sua saúde.

Estratégias de mitigação dos riscos para a saúde óssea 

Estratégias importantes incluem: 

  • Monitoramento da densidade óssea: Realizar exames periódicos para monitorar a saúde óssea pode ajudar a detectar precocemente sinais de osteoporose.
  • Suplementação: Uso de cálcio e vitamina D pode ser recomendado para fortalecer os ossos e compensar os efeitos dos medicamentos. Suplementos devem ser utilizados apenas após a recomendação médica, para garantir que os efeitos no organismo serão positivos.

Gerenciando epilepsia e saúde óssea na menopausa

A gestão da epilepsia em mulheres na menopausa deve considerar tanto o controle das crises quanto a manutenção da saúde óssea. 

Isso implica uma abordagem integrada que envolve não apenas a neurologia, mas também a ginecologia e a endocrinologia. São considerações relevantes:

  • Ajuste de medicamentos: Revisão e ajuste da medicação antiepiléptica são essenciais para minimizar os efeitos colaterais, especialmente aqueles que afetam a saúde óssea.
  • Cuidado com a terapia hormonal de reposição (THR): Embora a THR possa ajudar a controlar os sintomas da menopausa e proteger a saúde óssea, ela deve ser usada com cautela em mulheres com epilepsia, pois alguns hormônios podem influenciar a frequência das crises.

O manejo eficaz da epilepsia em mulheres na menopausa requer uma compreensão profunda das interações entre essa condição, a medicação antiepiléptica e as mudanças fisiológicas desse período da vida. Educar as pacientes sobre os riscos e as estratégias de manejo pode empoderá-las a tomar decisões informadas sobre seu tratamento.

Podemos conversar com mais detalhes sobre o assunto durante uma consulta! Convido você a marcar um horário para discutirmos suas particularidades e encontrarmos os melhores cuidados para o seu caso.

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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