Epilepsia na terceira idade: desafios e cuidados especiais

Postado em: 28/05/2024

A Epilepsia é uma condição neurológica que não escolhe idade para se manifestar. Embora ela possa ser mais comum em jovens, a incidência de epilepsia em idosos tem aumentado, devido ao envelhecimento da população e às condições associadas que podem desencadear crises nesta faixa etária. 

Ela é a terceira doença neurológica mais comum nos idosos, após AVC e demência.

Neste artigo, vamos explorar os desafios enfrentados por idosos com essa condição e discutir os cuidados especiais que podem ajudar a melhorar sua qualidade de vida. Continue a leitura para saber mais!

Compreendendo a epilepsia na terceira idade

A Epilepsia em idosos possui características distintas que podem complicar o diagnóstico e o tratamento. As crises epilépticas podem ser menos óbvias e os sintomas muitas vezes são confundidos com outras condições comuns na velhice, como demência ou acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

As principais causas de epilepsia em idosos incluem:

  • Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs): A causa mais comum de epilepsia de início novo em idosos.
  • Demências: Condições como a doença de Alzheimer podem predispor a crises epilépticas.
  • Traumas Cranianos: Quedas, que são frequentes na terceira idade, podem levar a traumas que desencadeiam epilepsia.

Desafios no diagnóstico e tratamento da epilepsia na terceira idade

O diagnóstico de epilepsia em idosos é desafiador devido à presença de outras condições médicas e ao uso de medicações que podem interferir nos sintomas ou na eficácia do tratamento para epilepsia.

Desafios específicos são:

  • Polifarmácia: O uso de múltiplos medicamentos pode aumentar o risco de interações inadequadas, afetando a eficácia dos tratamentos para epilepsia.
  • Sintomas atípicos: As manifestações de crises epilépticas em idosos muitas vezes diferem das observadas em adultos mais jovens, o que pode retardar o reconhecimento e o tratamento adequado.

Estratégias de tratamento da epilepsia em idosos

O tratamento da epilepsia em idosos deve ser cuidadosamente personalizado para acomodar as condições coexistentes e minimizar os riscos de interações medicamentosas. Podem ser abordagens recomendadas:

  • Medicação apropriada: Antiepilépticos com um perfil de efeitos colaterais adequado para o idoso, considerando o impacto sobre as funções cognitivas e o risco de quedas, devem ser indicados pelo neurologista.
  • Ajustes de Dosagem: É crucial que o médico responsável pelo acompanhamento da epilepsia do idoso ajuste as dosagens de forma a maximizar a eficácia enquanto se minimiza os efeitos adversos, especialmente em idosos com função renal reduzida.

Cuidados complementares

Além de um plano de tratamento personalizado, os idosos com epilepsia necessitam de uma abordagem integrada que envolva a família e cuidadores. São dicas importantes:

  • Monitoramento das condições de saúde: Observe e registre qualquer mudança no padrão das crises ou nos efeitos colaterais dos medicamentos.
  • Prevenção de quedas: Adote medidas para prevenir quedas em casa, como remover tapetes soltos e instalar barras de apoio no banheiro.

A gestão da epilepsia em idosos requer uma abordagem detalhada e cuidadosa, considerando as peculiaridades dessa fase da vida. O diagnóstico preciso, o tratamento personalizado e o suporte contínuo são fundamentais para promover mais conforto, bem-estar e segurança para os indivíduos. 

Esperamos que o conteúdo tenha ajudado. Não deixe de agendar uma consulta com a Dra. Camila para a criação de um plano de tratamento personalizado!

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913 

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