Crises Epilépticas: Identificação e Manejo

Postado em: 10/07/2024

Crises Epilépticas Identificação e Manejo

As Crises Epilépticas afetam milhões de pessoas em todo o mundo, exigindo assertividade no reconhecimento e na escolha de um tratamento personalizado. 

A identificação precisa e o manejo dessas crises previnem uma série de complicações.

Por isso, hoje vou fornecer dicas sobre o assunto. Vamos lá?

Entendendo as crises epilépticas

As “Crises Epilépticas” apresentam um espectro amplo de manifestações que variam significativamente de acordo com a região cerebral envolvida e o grau de atividade elétrica anormal. 

Compreender a natureza das crises é essencial para o manejo eficaz da epilepsia.

Tipos de crises epilépticas

Crises epilépticas são geralmente classificadas em dois tipos principais, cada um com características distintas:

  • Crises Focais: Originam-se em uma área específica do cérebro. Dependendo de como a atividade elétrica se propaga, essas crises podem permanecer localizadas (crises focais sem propagação) ou se espalhar para outras áreas do cérebro, potencialmente levando a uma crise generalizada. As crises focais são subdivididas em:
    • Crises Focais Conscientes: O indivíduo mantém a consciência durante a crise, anteriormente conhecidas como parciais simples.
    • Crises Focais com Alteração da Consciência: Há uma alteração ou perda de consciência durante a crise, anteriormente conhecidas como parciais complexas.
  • Crises Generalizadas: Iniciam-se e rapidamente envolvem ambos os lados do cérebro, caracterizando-se por uma perda completa de consciência. Dentro desta categoria, existem vários subtipos, incluindo:
    • Tônico-Clônicas: Comumente conhecidas como “grand mal”, envolvem contrações musculares fortes e convulsões.
    • Ausências: Conhecidas como “pequeno mal”, caracterizam-se por episódios breves de olhar fixo e perda de consciência, com pouca ou nenhuma convulsão muscular.
    • Mioclônicas: Consistem em espasmos súbitos ou sacudidas dos músculos.

Diagnosticando crises epilépticas

O diagnóstico de crises epilépticas envolve um exame detalhado do histórico médico do paciente, além de testes neurológicos e exames de imagem. 

O eletroencefalograma (EEG) é particularmente crucial, pois registra a atividade elétrica cerebral e pode identificar padrões específicos associados a diferentes tipos de crises.

Educação e apoio para quem tem crises epilépticas 

A educação para pacientes e cuidadores é fundamental. Entender os gatilhos potenciais de crises, como estresse ou falta de sono, e saber como responder a uma crise são aspectos críticos do manejo da epilepsia.

Compreender as crises epilépticas e seus mecanismos subjacentes permite uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento da epilepsia, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Identificando crises epilépticas

Alguns sinais e sintomas possíveis incluem:

  • Manifestações motoras: Como convulsões, espasmos musculares ou perda súbita do tônus muscular.
  • Sintomas sensoriais ou psíquicos: Incluindo alterações visuais, auditivas ou olfativas, sensações estranhas ou distorções na percepção.
  • Alterações na consciência: Desde ligeira desorientação até perda total da consciência.

Manejando crises epilépticas

O manejo eficaz das crises epilépticas envolve uma combinação de estratégias médicas, alterações no estilo de vida e, em alguns casos, intervenções cirúrgicas. Confira!

Tratamento medicamentoso

Medicamentos antiepilépticos geralmente são a primeira linha de tratamento para controlar as crises. 

A escolha da medicação depende do tipo de crise, eficácia do medicamento, perfil de efeitos colaterais e as necessidades individuais do paciente.

Intervenções cirúrgicas

As modalidades que podem ser indicadas incluem, por exemplo:

  • Cirurgia de Ressecção: Indicada para pacientes com crises focais resistentes a medicamentos, onde a área do cérebro responsável pelas crises pode ser removida cirurgicamente.
  • Estimulação do Nervo Vago (ENV): Uma opção para pacientes que não respondem adequadamente aos medicamentos, envolvendo a implantação de um dispositivo que envia impulsos elétricos ao cérebro para reduzir a frequência das crises.

Estratégias de estilo de vida e suporte

Podem ser recomendados cuidados como:

  • Gerenciamento do Estresse: Técnicas de redução do estresse podem ser úteis, pois o estresse é um gatilho conhecido para as crises epilépticas.
  • Educação e Apoio: Informar pacientes e familiares sobre a epilepsia e como lidar com as crises pode melhorar significativamente a qualidade de vida.

Primeiros socorros para crises epilépticas

Saber como prestar primeiros socorros durante uma crise epiléptica é fundamental. As dicas incluem:

  • Garantir Segurança: Proteger a pessoa de lesões, movendo objetos perigosos para longe e colocando algo macio sob a cabeça.
  • Estar Presente: Acompanhar a pessoa até que a crise passe e a consciência retorne. Chamar ajuda profissional também pode ser fundamental.
  • Posicionar Corretamente: Deitar a pessoa de lado para manter as vias aéreas abertas e prevenir a aspiração.

A identificação e o manejo adequados das crises epilépticassão cruciais para o bem-estar dos pacientes. Com um diagnóstico preciso, tratamento personalizado e suporte adequado, é possível controlar eficazmente essas crises, melhorando significativamente a qualidade de vida.

Sou neurologista e trabalho com foco especial em condições como a epilepsia. Para agendar uma consulta, você pode entrar em contato pelo whatsapp! Será um prazer te ajudar.

Dra. Camila Hobi
Neurologista
CRM 128892 | RQE 34913

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